Matemática da vida

No domingo em que comemorava Dia das Mães, recebendo carinho, lendo homenagens e por vezes conhecendo as mães de colegas e pessoas desconhecidas, também fiquei pensando em mainha. Mainha é um arquétipo sertanejo. Uma das primeiras palavras que a gente aprende de um vasto dicionário particular. Me encontro faz tempo no rol das pessoas que

Um caderno de receitas

Enquanto escrevo relembro que faz um ano que eu, prestes a entrar num estado de luto, começava acompanhar a via crucis do corpo de minha irmã. A bem da verdade, desde dezembro de 2019 me rondava um medo interno. Daqueles pavores silenciosos que surgem quando você tem uma intuição profunda de que algo não está

Babete

À memória de Suely Araújo, minha irmã. Babete me acolheu quando ela tinha dezesseis anos. Foi quando eu cheguei em sua vida. Passei a conhecê-la melhor quando eu tinha cinco ou seis anos de idade, pelos rituais que cumpria, ao desembaraçar meus cabelos longos, fazer um coque “estilo” princesa Léa (Guerra nas Estrelas), para que

Oitenta anos

Escrevo esse texto na data em que mainha faria 80 anos. Nasceu em 04 de fevereiro, e a registraram noutra data, como era comum num interior dos anos 1940. O sertão nunca saíra dela, tão pouco ela gostava em sair de lá. Raríssimas foras às vezes que topou essa aventura. Não gostava de lugar nenhum

Jaguaribe

Essa semana fui ao bairro de Jaguaribe. Quando cheguei à Capital foi um dos primeiros bairros que conheci. Enquanto caminhava por ruas que sempre levam a alguma pracinha, observando as casas repletas de poesia e saudosismo, fui fazendo a minha linha do tempo enquanto estive por lá. Nunca morei de forma fixa, eu habitei Jaguaribe

Bandolins

Nos anos 1980 eu era uma criança. Morava na rua Augusto dos Anjos. Não havia sido “domesticada” ainda, embora fosse tímida e educada com as pessoas da rua. Na verdade me sentia como Mogli, o menino lobo ou Moana, arquétipos das crianças nativas, selvagens. Andava de pé descalça, muitas vezes só de calcinha ou shortinho.

Cinemas de rua

Recentemente tive a oportunidade de fazer um passeio inesquecível conhecendo um pouco da cartografia dos cinemas de rua da cidade de João Pessoa. O convite foi feito pelo jornalista e crítico de cinema, André Dib, também estiveram presentes estudantes da pós-graduação em Comunicação e Culturas Midiáticas, o também crítico de cinema, Renato Félix e Danni,